sexta-feira, 23 de abril de 2010

Face da dor

Eu a finalizo antes que ela me incomode demais
Gosto de poetizá-la, pois a vi de perto...
Seu rosto é fino...
Olhos escuros, até dóceis
Enganadores...de sorriso fácil...
Fazendo com que me sentisse confortável até
Doce mentira...
De repente fui tomada por um arrepio de força
Com um grito de loucura e derrota
Soltou-me enfim...

Mas Livre não parecia inteira...
Pois há muito fui sua prisioneira
Onde estaria o alívio afinal...?

Percorrendo caminhos incertos
Tortuosos ainda...
Deitei-me em relva
Para refletir o que fazer com a liberdade
E pude olhar para o céu
Sentir gotas de orvalho em minha face, tão lindo... lindo...
Onde estavas que até outrora não a via imensidão?
Até que ponto a dor havia me cegado...?

Assim amanheci e algo em mim despertou...
Livre... eu sou livre...
Abençoei o dia em que a conheci
Hoje minha alma sobrevive
Com a doce marca da dor
A esperança do amor...
Seja ele qual for...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Coragem... a porta está aberta...


Todas as vezes que me calei
Todas as vezes que a porta fechei
Dando vazão à minha vida no peito mirrada
Contemplando palavras como folhas levadas ao vento
Esperando o dado momento
Em que talvez dentro de meu cômodo vazio pudesse voltar a sentir
Olhá-las e apenas sorrir
Inocente menina de olhos sonhadores
Palavras não voltam
São apenas lembranças e marcas
Talvez esperança...
Saia do cômodo vazio
Olhe através da porta...
Talvez não haja tanto frio
Apenas continue menina...
Dê vida à suas inspirações
Não se leve pelas emoções
Por palavras lançadas ao vento...

domingo, 11 de abril de 2010

Caminho para o fundo da alma...

Agora entendo o que outrora acontecia...
Para despertar o que até então dormia
Como lampejos relembro, minha imagem distorcida
Escada que me leva ao fundo da alma
Onde sentimentos, medos e desejos se misturam
Agora o que me desperta é a razão que me traz aqui...
Através de meus versos frankstenianos de uma vida vagueante
Encontrei finalmente meu céu... meu chão...
É onde me firmo
É para onde volto meu olhar...
Minha esperança...
Meu porto...

sábado, 10 de abril de 2010

Esperança minha...

Certo dia despertei pela manhã
E em meio às minhas ilusões... renasci
Desvelei meus olhos
E deparei-me com a esperança...
Através de minha janela pude ver...
ela estava ali a me esperar pacientemente
Estendendo sua mão
E de bom grado a segurei...
Como foi bom sentir seu conforto novamente...
Soprando em meu ouvido e me dizendo...
Quanto tempo esperei este pranto secar...
Para que tu pudesses enfim me contemplar...

Você é capaz de escrever a própria vida?

Algo está se perdendo no caminho...
Como evitar?
Coisas imprescindíveis acontecendo...
Mas estamos cegos o suficiente
Para não notar as modificações que não param...
Permanecemos estáticos
Não reparamos na vida ao redor
No amanhecer...
Na flor que brota...
Na mão que se estente...
No caminho à frente...
No clamor dos povos...
Não nos conformeis com as coisas deste mundo...
A vida é brilhante
Transcende qualquer conhecimento
Não acaba após morrermos
Mas creio que tudo o que seremos
Depende do que fomos em vida...
Deixemos a vida fluir naturalmente
Mas não que se passe despercebida...
Ha, se pudesse escrever minha própria vida...


sexta-feira, 2 de abril de 2010